Como se sabe, após uma eleição vem outra. Nem tanto para a população, mas sobretudo para os militantes e dirigentes políticos. Vai daí que, nem bem terminou o processo que reconduziu Jorge Pozzobom (PSDB) à prefeitura, agora com a companhia de Rodrigo Decimo (PSL), e já existem no mínimo conversas sobre o que poderá ser colocado à disposição dos cidadãos, em 2022.
Assuntando com observadores e fontes próximas aos partidos, o escriba encontrou cenário animador. Se não lindão, ao menos melhor que o visto nas últimas disputas gerais.
O quadro é especialmente bom (quando o objetivo é ver ampliada a representatividade local) ao se anotar os nomes já listados como potenciais ou até virtuais concorrentes à Assembleia Legislativa.
O único problema reside exatamente nos partidos. Afinal, com exceção do PT e do Novo, não por acaso os que elegeram deputado daqui em 2018, os demais colocam candidatos para "cumprir tabela" ou nem isso ou, o que é mais comum, apoiam pretendentes vindos d'alhures.
Se essa situação se modificar, porém, embora alguém possa considerar o vaticínio prematuro, Santa Maria poderá, sim, ampliar sua presença no parlamento gaúcho.
Hoje, relembre-se, há Giuseppe Riesgo (Novo) e Valdeci Oliveira (PT). E, por pelo menos um ano, até o titular retornar, estará na Assembleia o francisquense radicado (e com domicilio eleitoral) em Santa Maria Roberto Fantinel, do MDB.
Valdeci, ao que tudo indica, não concorrerá (e não só por razões legais, senão que por vontade própria). Mas Riesgo e Fantinel estarão na urna. Com eles, há também os ex-candidatos a prefeito Sergio Cechin (PP), que se agrandou para a disputa estadual, mesmo derrotado no segundo turno local, Luciano Guerra (PT), Evandro Behr (Cidadania), Marcelo Bisogno (PDT) e Jader Maretoli (Republicanos). Incluem-se aí, candidatos a prefeito há quatro anos e que podem tentar de novo, como Werner Rempel (PC do B) e Fabiano Pereira (PSB).
A grande novidade, porém, e que pode ser até a porta de entrada para outros voos, inclusive a disputa à prefeitura em 2024, é a possível chegada à política partidária (como candidato, pois a militância, no PDT, é histórica) de Paulo Burmann, que deixa a Reitoria da UFSM em fins de 2021. Enfim, a fornada é muito boa. Desde, claro, que os partidos não se achiquem, optando por forasteiros.
A seguir, um resumo de santa-marienses que poderão ou não concorrer, mas que são falados dentro e/ou fora de suas agremiações:
- Cidadania - Evandro Behr; DEM - Manoel Badke; MDB - Francisco Harrisson e Roberto Fantinel; Novo - Giuseppe Riesgo; PC do B - Werner Rempel ou Maria Rita Py Dutra; PDT - Paulo Burmann e/ou Marcelo Bisogno; PP - Sérgio Cechin; PSB - Fabiano Pereira; PSDB - Admar Pozzobom e/ou Juliano Soares; PSL - Eloy Irigaray; PSOL - Alice Carvalho; PT - Luciano Guerra, Helen Cabral; Republicanos - Jader Maretoli e/ou Alexandre Vargas.
Vereadores sem gabinetes e com uma divisão nítida: velhos x novos
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De pronto, que se afiance: essa situação é eventual e será definida de alguma maneira, em poucos dias - inclusive porque, afinal de contas, começa de fato a próxima Legislatura.
Dito isto, e por mais que os motivos possam ser plausíveis, o fato é que edis que chegam e os que ficam protagonizaram uma bela fiasqueira, em reunião realizada na quarta-feira. O encontro dos que irão compor a Câmara a partir de janeiro, incluídos calouros (entre eles os retornados) e veteranos, pretendia, entre outras questões, tratar do sorteio dos gabinetes a ser ocupados pelos parlamentares.
Aí é que montou-se o bafafá. Houve quem sugerisse que o "toss" fosse feito com todos os escritórios na mesma sacolinha. Os já edis subiram nas tamancas, bateram pé e não aceitaram. Resultado: tudo ficou para depois da posse, em 1º de janeiro, quando os 14 novos edis estarão momentaneamente "sem teto".
Observadores do forrobodó garantem que quem liderou a rebelião dos novatos foi a recém-retornada Anita Costa Beber. Que contou com a adesão imediata de pelo menos dois outros colegas, Werner Rempel e Paulo Ricardo Pedroso.
Do outro lado, os "seniores" Manoel Badke, Juliano Soares, Luci Duartes e João Ricardo Vargas buscaram argumentar, sem sucesso, que era "melhor manter assim" por uma questão de custos.
Não colou. O clima esquentou. A ideia de votar foi abortada pelo reeleito e atual presidente Adelar Vargas, jogando a decisão para a nova Mesa Diretora. Resumo da ópera: um conflito de "gerações" (politicamente, claro) se instalou. E não foi nada edificante, é preciso que todos percebam. Afinal, passa-se a ideia que se não conseguem entender-se numa questão como essa, o que esperar quando a decisão envolver a comunidade inteira. E ponto.
A volta ao começo de Vargas e a gestão enxuta e jovem de São Sepé
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Há poucas dúvidas sobre isso: o mundo político da Região Central (e talvez do Estado) acompanhará com bastante atenção, dentre todas as gestões eleitas em novembro, a liderada pelo pedetista João Luiz dos Santos Vargas (foto), em São Sepé.
Afinal, trata-se do retorno às origens de um político que já foi vereador e prefeito daquele município mas, sobretudo, alcançou grandes postos da vida política gaúcha, incluindo a presidência da Assembleia Legislativa e, também, do Tribunal de Contas do Estado.
Aliás, o acompanhamento se dá mesmo antes da assunção do veterano militante político, com o anúncio - faz poucos dias - do que será o seu primeiro escalão, a partir de 1º de janeiro.
Pelo menos para começar, a ideia de austeridade aparenta acompanhar os desejos do administrador. Afinal, o primeiro escalão, com 13 estruturas delineadas hoje, terá oito, no cronograma a ser adotado a partir de 2021.
Dentro desse conjunto, com status de secretaria haverá apenas três setores: Saúde, Educação e Infraestrutura. O restante ficará a cargo de "escritórios" geridos pelos gabinetes do prefeito e do vice Fernando Vasconcelos.
Detalhe: a grande maioria dos integrantes do primeiro escalão é composta de jovens, numa aposta interessante, para começar, do recém-retornado João Luiz Vargas.
LUNETA
JORNALISTAS
Não é novidade a exportação de formados em Santa Maria para postos relevantes nas mais diversas comunidades. A curiosidade aqui, é a juventude dos dois assessores do primeiro escalão a ser nomeado pelo próximo prefeito de São Sepé, João Luiz Vargas. E, claro, a profissão. No caso, os jornalistas, ambos graduados pela UFN, Camila Fogliarini, 26 anos, assessora de imprensa, e Lucas Cirolini, 25, diretor cultural.
FANTINEL
A parte a competência do escolhido, não há dúvida que Roberto Fantinel (MDB), que assumirá vaga de deputado estadual em fevereiro, já prepara sua campanha para 2022. São as duas razões mais evidentes para a escolha do atual prefeito de Agudo, Valério Trebien, para chefiar o gabinete do futuro parlamentar. A ele se somarão, claro, outros nomes oriundos da região prioritária de Fantinel, além de Santa Maria.
GABINETE
Além do bafafá tratado em outra nota desta página, há ao menos mais um rescaldo acerca da discussão entre novatos e antigos, pelos gabinetes na Câmara de Vereadores. Luci Duartes, do PDT, pediu, via protocolo, para trocar (ainda antes da posse) para o local hoje ocupado pela emedebista Marta Zanella, que deixa o Legislativo. O pedido foi deferido pelo presidente Adelar Vargas.
SEM NOMES
A estratégia de não anunciar secretários (exceto as funções a ser exercidas pelo vice Rodrigo Decimo) aparentemente está funcionando. Afinal, até onde se sabe, a menos que alguém peça o boné, secretário algum sai antes do carnaval. Dá tempo para o prefeito e o vice administrarem os desconfortos. Ah, e até agora nenhum vazamento relevante aconteceu.
PARA FECHAR!
Escolha de Rodrigo Decimo para conduzir os estudos visando a mudança do organograma administrativo da Prefeitura não chegou a surpreender. Afinal, esta página mesmo havia feito observações a respeito faz duas semanas. Mas o fato é que a confirmação dessa situação, quarta-feira, por Jorge Pozzobom, já começa a causar nervosismo entre uns e outros, sobretudo no médio escalão do governo municipal.